Os Melquitas e o Rito Bizantino

O Rito Melquita é o rito da Igreja Católica Greco-Melquita, uma das Igrejas Católicas Orientais Sui Juris, isto é, são igrejas particulares, de rito e tradições próprias, que mantém plena comunhão com Roma e o Papa.

Na verdade, o Rito Melquita nada mais é que o Rito Bizantino, Rito do antigo território do grande Império Bizantino, o maior centro da Cristandade Oriental. O nome ‘’melquita’’ era um termo genérico do passado para designar todo cristão do Oriente Médio que aderisse ao Concílio de Calcedônia, já que este evento da Igreja fora convocado pelo imperador bizantino Marciano, isso se dá pelo fato da palavra ‘’melquita’’ vir do aramaico ‘’malkā’’, que quer dizer ‘’real”, ‘rei’’ ou derivações, daí os melquitas de uma forma geral seriam conhecidos como os ‘’cristãos do Rei no Oriente Médio’’.

Diversas expressões do Rito Bizantino de fato denotam a influência e presença do espírito real bizantino, os paramentos dos clérigos, a iconografia bizantina, a estética no geral etc. O Rito Bizantino é uma evolução mais tardia das antigas liturgias de Cesaréia e Antioquia, importantes polos do antigo cristianismo oriental.

O Rito Melquita é fruto da antiga presença bizantina no Oriente Médio, especialmente nas históricas cidades de Jerusalém, Alexandria e Antioquia, não à toa, o líder desta Igreja Particular, atualmente Youssef Absi, detém o título de ‘’Patriarca’’ dessas três cidades e também de ‘’todo o Oriente’’. Com a presença árabe posteriormente, o Rito Bizantino sofre a influência também de tal elemento, tendo o árabe como língua litúrgica, enquanto o grego fica como língua histórica, de forte simbologia, especialmente nos cantos. Atualmente sua presença é mais forte em Síria, Líbano e Palestina, incluindo a Terra Santa, onde os melquitas são a maior comunidade cristã residente.

O Rito Bizantino Melquita é presente na Igreja Católica desde 1724 (formalmente em 1729), quando ela se desvincula da Igreja Ortodoxa Grega e entra em comunhão com a Sé de Roma, mantendo-se até os dias de hoje, tendo seu governo organizado de forma sinodal, com a liderança de seu Patriarca, mas sempre sob autoridade do Papa de Roma.

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