
“Há pessoas entre as pessoas, e as pessoas são de diferentes tipos…
Há pessoas de prata e pessoas de cobre…
Há pessoas de ouro e pessoas de diamante…
E há pessoas como a coroa sobre a cabeça…
E pessoas que são pisadas debaixo dos pés…
E pessoas como ferrugem impura…
Ó Senhor, faz de nós luz para todas as pessoas.”
“Há pessoas entre as pessoas, e as pessoas são de diferentes tipos…”
A diversidade humana é uma realidade querida por Deus. Somos todos criados à Sua imagem (cf. Gn 1,27), mas com dons, missões e histórias diferentes. A parábola dos talentos (cf. Mt 25,14-30) mostra que Deus distribui Suas graças conforme a capacidade de cada um, mas espera frutos de todos.
“Há pessoas de prata e pessoas de cobre…”
A prata brilha, mas menos que o ouro. O cobre é útil, mas comum. Assim também as pessoas: algumas têm virtudes reluzentes, outras são simples, mas todas têm valor aos olhos de Deus. A Epístola aos Romanos diz: “Deus não faz acepção de pessoas” (Rm 2,11), e São Paulo compara-nos a vasos diferentes: “Temos este tesouro em vasos de barro” (2Cor 4,7).
“Há pessoas de ouro e pessoas de diamante…”
O ouro é precioso; o diamante, raríssimo e forte. Há almas santas que se tornaram verdadeiras jóias espirituais: mártires, santos, humildes, mães sacrificadas, padres santos. “Como o ouro é provado no fogo, assim os escolhidos no cadinho da humilhação” (Eclo 2,5).
“E há pessoas como a coroa sobre a cabeça…”
Essas são as que inspiram, lideram com justiça, irradiam luz. Como São Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1Cor 11,1). São aquelas almas que se tornam como “faróis sobre o monte” (Mt 5,14), apontando o caminho para o Céu.
“E pessoas que são pisadas debaixo dos pés…”
Infelizmente, o pecado e a injustiça fazem com que alguns sejam humilhados e desprezados. Mas o Senhor exalta os humildes: “Exaltou os humildes e derrubou os poderosos de seus tronos” (Lc 1,52). E Jesus mesmo disse: “O que fizerdes a um destes pequeninos, é a mim que o fazeis” (Mt 25,40).
“E pessoas como ferrugem impura…”
O pecado endurece o coração. Como o ferro enferruja quando negligenciado, assim também a alma que se afasta da graça de Deus. “Rejeitaram a Deus e se tornaram inúteis…” (Rm 1,28-31). Mas também é verdade que o Senhor veio para curar os doentes, e nenhuma alma é irrecuperável para a graça.
“Ó Senhor, faz de nós luz para todas as pessoas.”
Essa é a súplica final: que, independentemente do nosso ponto de partida, sejamos luz. “Vós sois a luz do mundo… brilhe vossa luz diante dos homens” (Mt 5,14-16). O ideal cristão não é ser melhor que os outros, mas iluminar com amor e verdade — como o próprio Cristo, “Luz do mundo” (Jo 8,12).
Conclusão
Este texto é uma bela porta para meditar sobre a dignidade e a diversidade da pessoa humana à luz da fé. Deus não nos julga pela aparência ou status, mas pelo amor. Ele nos chama a sermos ouro provado, diamantes espirituais, e, sobretudo, luz para os irmãos.
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