
Neste tempo santo da Páscoa, compartilhamos com alegria a mensagem pascal de Sua Beatitude, o Patriarca Youssef Absi I, transmitida durante a Divina Liturgia celebrada na Catedral Patriarcal de Nossa Senhora da Dormição, em Harat Zaytoun. Em sua reflexão, o Patriarca nos convida a renovar nossa fé no Cristo Ressuscitado e a viver intensamente a esperança e a fraternidade que a Páscoa nos inspira. A seguir, a íntegra da mensagem:
Cristo Ressuscitou! Verdadeiramente Ressuscitou!
Este é o dia que aguardávamos ansiosamente durante cinco semanas, vividas em oração, jejum, caridade e outras obras de misericórdia e bondade, ansiando para clamar “Cristo Ressuscitou” e proclamar “Vimos a Ressurreição de Cristo”. Quarenta e nove dias agora se condensam neste dia sem entardecer, o dia feito pelo Senhor, que resume o tempo e o transforma num eterno “hoje da Ressurreição”. “Alegremo-nos, pois, ó povos, pois a Páscoa é do Senhor: Cristo, nosso Deus, nos fez passar da morte para a vida e da terra para o céu.”
O Evangelho nos relata que os apóstolos inicialmente não creram na Ressurreição de Jesus. São Lucas diz que consideraram as palavras das mulheres como delírio e não acreditaram nelas. Quando Jesus lhes apareceu, ficaram tomados de espanto, medo e dúvidas. São Marcos destaca que foi o próprio Jesus quem se admirou da incredulidade dos discípulos e os repreendeu pela dureza de coração.
A Ressurreição era para Jesus um fato certo e necessário: “O Filho do Homem deve ressuscitar dos mortos” (Jo 20,10); “Era necessário que o Cristo sofresse e entrasse em sua glória” (Lc 24,26). São Paulo retoma esta certeza e admoesta os coríntios: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1Cor 15,14-20).
A vida, a luz, a renovação, a alegria e a esperança: tudo isso brota da Ressurreição. Nada é mais natural e necessário do que crer que Jesus venceu a morte. Assim, a Igreja anuncia ao mundo o Cristo Ressuscitado e vivo em nosso meio.
Para nós cristãos, a Ressurreição não é apenas um evento histórico, mas uma realidade perene que impulsiona a humanidade rumo à salvação. É fonte de renovação e esperança. Por isso celebramos constantemente o mistério da morte e Ressurreição do Senhor, especialmente no Sacramento da Eucaristia.
São Paulo nos transmitiu duas verdades fundamentais recebidas do próprio Senhor: a Ressurreição e a instituição da Eucaristia. Não se pode separar uma da outra. Nosso anúncio cristão é o anúncio da vida nova em Cristo, sustentada pela presença viva de Jesus no meio de nós.
A esperança cristã, que nasce da Ressurreição, nos permite atravessar todas as tribulações com a certeza da vitória final em Deus. Mesmo nas dores, sabemos que o Senhor ressuscitado nos precede e nos aguarda.
Neste Ano Jubilar de 2025, que celebra os 1700 anos do Concílio de Niceia, o Papa Francisco nos chama a reavivar essa esperança e a testemunhá-la na vida concreta, na fraternidade entre todos os povos, no compromisso em favor dos pobres e na construção de um futuro de paz.
É também um sinal de esperança ver, neste ano, cristãos do mundo inteiro celebrando juntos a Páscoa. Que não nos resignemos diante das dificuldades, mas que busquemos, com coragem e fé, abrir novos caminhos de luz e reconciliação.
Rezemos para que a nossa sociedade possa ser renovada pela luz da Ressurreição, superando divisões e injustiças, e vivendo a verdadeira fraternidade. Que possamos ser testemunhas da vitória da vida sobre a morte!
Com o coração cheio da alegria pascal, saúdo a todos e convido-vos a repetir com fé e amor:
Cristo ressuscitou dos mortos, vencendo a morte com a morte, e concedeu vida aos que jaziam nos túmulos. Aleluia!
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