
Em 20 de maio de 2025, a Igreja em todo o mundo recordará um dos marcos mais importantes de sua história: os 1700 anos da abertura do Primeiro Concílio Ecumênico, realizado na cidade de Niceia, no ano de 325.
Convocado pelo imperador Constantino, esse concílio foi fundamental para a definição do Credo da fé cristã — conhecido como Símbolo Niceno — que afirma a salvação em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Esse evento não apenas consolidou a doutrina cristã sobre a Trindade, mas também estabeleceu um ponto de unidade para todos os cristãos, tanto no Oriente quanto no Ocidente. Por isso, o Concílio de Niceia continua atual e inspirador.
Um novo documento para uma antiga profissão de fé
Para marcar os 1700 anos do Concílio, a Comissão Teológica Internacional (CTI) publicou o documento “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador – 1700º aniversário do Concílio Ecumênico de Niceia” (325–2025).
O texto apresenta uma releitura da importância histórica, teológica e pastoral daquele evento, especialmente em um tempo marcado pelo Jubileu da Esperança e pela celebração unificada da Páscoa, por todas as tradições cristãs neste ano.
O documento foi elaborado por uma equipe de teólogos e teólogas de diversos países, aprovado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e autorizado para publicação pelo Papa Francisco, em dezembro de 2024.
O que o documento apresenta?
A reflexão é organizada em quatro capítulos, precedidos por uma introdução e seguidos de uma conclusão pastoral. Veja os principais destaques:
- Doxologia e teologia: O Credo é apresentado como uma profissão de fé que nasce da oração da Igreja. O texto destaca seus aspectos cristológicos (sobre Cristo), trinitários (sobre Deus como Pai, Filho e Espírito Santo) e soteriológicos (relacionados à salvação).
- A vida dos crentes: O segundo capítulo mostra como a fé de Niceia moldou a oração, a liturgia, os sacramentos e a catequese da Igreja ao longo dos séculos. A expressão “rezamos como acreditamos” resume bem essa integração entre doutrina e vida.
- Um evento eclesial: O terceiro capítulo explica que o Concílio de Niceia foi também um momento de organização da Igreja em nível universal (daí o termo “ecumênico”), reunindo bispos de todo o Império para defender a fé comum.
- A fé acessível a todos: Por fim, o texto reforça que a fé da Igreja não é esotérica ou elitista, mas um bem comum, acessível a todos os fiéis — inclusive aos pequenos e vulneráveis — e que deve ser transmitido com clareza, caridade e compromisso.
Um convite a aprofundar e reafirmar a fé
A CTI propõe que o aniversário do Concílio de Niceia seja ocasião de renovação missionária. A fé professada há 17 séculos é a mesma que alimenta a vida da Igreja hoje. Por isso, somos chamados a anunciá-la com convicção, clareza e compaixão.
Convidamos você a conferir o documento completo da Comissão, disponível no site oficial da Santa Sé.
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