
Evangelho: João 7, 37-52; 8, 1-12
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (Jo 7,37)
“Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8,12)
Queridos irmãos e irmãs,
Celebramos hoje Pentecostes, a grande festa do Espírito Santo, o sopro de Deus que transforma corações, renova a face da terra e dá nascimento à Igreja. Não estamos celebrando apenas um evento do passado, mas uma realidade viva: o Espírito que Jesus prometeu e que continua a ser derramado sobre todos os que creem.
Jesus se levanta no último dia da festa e faz um convite ousado: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.”
Essa sede não é só física, mas profunda: é a sede de sentido, de amor, de paz, de verdade. É a sede que todo ser humano carrega no coração, muitas vezes sem saber como saciá-la. Jesus se apresenta como a única fonte que pode realmente saciar a alma humana, e Ele promete: quem crer nele, do seu interior jorrarão rios de água viva.
Esse “rio de água viva” é o Espírito Santo. Ele é quem nos purifica, nos refresca, nos impulsiona. Ele é vida divina derramada em nós. Em Pentecostes, celebramos o dia em que essa fonte começou a jorrar no coração da Igreja — e desde então, não parou mais.
Apesar da promessa maravilhosa de Jesus, muitos o rejeitam. Discutem sobre sua origem, questionam sua autoridade. O orgulho, o preconceito e o legalismo os impedem de reconhecer a ação de Deus.
Hoje também podemos cair nesse erro: queremos o Espírito, mas resistimos quando Ele nos pede conversão, perdão, humildade. O Espírito Santo sopra onde quer — mas só o coração aberto pode acolhê-lo.
Logo após o episódio da mulher adúltera, Jesus proclama: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas.”
Essa afirmação liga-se diretamente ao Espírito Santo: é Ele quem nos conduz à luz, quem revela a verdade, quem nos tira da escuridão do pecado e da confusão. O Espírito não apenas consola — Ele ilumina e transforma.
No contexto de Pentecostes, isso significa que a vida no Espírito é uma vida iluminada: onde há perdão, reconciliação, clareza, verdade, coragem. É essa luz que a Igreja está chamada a irradiar no mundo, especialmente em tempos de trevas.
Queridos irmãos, neste Pentecostes, abramos o coração à promessa de Jesus:
Se temos sede, vamos a Ele.
Se há trevas, busquemos Sua luz.
Se há medo, peçamos Sua força.
Se há pecado, clamemos por Sua misericórdia.
O Espírito Santo quer fazer de nós fontes vivas, luzes acesas, testemunhas corajosas. Como no primeiro Pentecostes, Ele quer incendiar a Igreja com o fogo do amor de Deus.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Amém.
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