
Hoje, a Igreja nos convida a contemplar um título belíssimo dado à Virgem Maria: Mãe da Igreja. Este título, proclamado oficialmente pelo Papa São Paulo VI durante o Concílio Vaticano II, não é apenas uma devoção piedosa, mas uma realidade profundamente enraizada nas Escrituras, na Tradição e na vida da Igreja.
No Evangelho de João (Jo 19, 25-34), vemos Maria aos pés da cruz. Jesus, em meio às dores atrozes de sua paixão, nos dá um de seus maiores testamentos de amor: “Mulher, eis aí teu filho”… “Eis a tua mãe” (Jo 19,26-27). Jesus não estava apenas confiando sua Mãe ao discípulo João, mas, em João, a todos nós, a toda a Igreja nascente. Ali, no alto da cruz, nascia uma nova maternidade: Maria torna-se Mãe dos redimidos, Mãe do Corpo Místico de Cristo, Mãe da Igreja.
Na cruz, onde se consumava o sacrifício do Cordeiro, Maria não fugiu. Ela permaneceu firme, de pé, como a nova Eva junto ao novo Adão. Como Eva foi chamada “mãe de todos os viventes” (Gn 3,20), Maria é agora a Mãe de todos os que vivem da graça, dos que nasceram do lado aberto de Cristo, símbolo do Batismo e da Eucaristia, fontes da vida nova.
Queridos irmãos, ser Mãe da Igreja significa que Maria nos acompanha, nos protege e intercede por nós. Ela está presente na história da Igreja desde Pentecostes, reunida com os Apóstolos em oração (cf. At 1,14), e continua presente hoje, nas alegrias e nas dores, nas vitórias e nas lutas do povo de Deus.
Maria é Mãe que ensina a fé, que consola na dor, que aponta sempre para Cristo. Como em Caná, ela nos diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Sua maternidade é espiritual, mas concreta. Ela nos toma pela mão e nos conduz ao coração de seu Filho.
Celebrar Maria como Mãe da Igreja é, portanto, acolher seu cuidado materno em nossa vida pessoal e comunitária. É reconhecer que a Igreja não caminha sozinha: caminha com Maria, que é modelo de discipulado, de escuta, de obediência e de amor.
Hoje, peçamos a Maria que cuide da Igreja de Cristo:
– das famílias feridas,
– dos jovens que buscam sentido,
– dos pastores que precisam de coragem,
– dos pobres e sofredores,
– de todos nós, seus filhos.
Que, sustentados por sua intercessão, possamos ser Igreja viva, missionária, fiel ao Evangelho e sempre aberta ao Espírito Santo.
Santa Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós! Amém.
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