Gratidão Sempre!

“Não exageres nas queixas e lamentações, mas multiplica os agradecimentos a Deus — e virão a ti a felicidade, o descanso e a segurança.”

Em meio às alegrias e tribulações da vida, a Palavra de Deus nos convida constantemente a cultivar um espírito de gratidão. São Paulo, em sua Primeira Carta aos Tessalonicenses, exorta os cristãos: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5,18). Este chamado revela uma atitude profundamente cristã: reconhecer a presença amorosa de Deus em todas as situações, sejam elas fáceis ou difíceis.

A gratidão, para o cristão, não é mero sentimento ou educação; é virtude teologal vivida na fé. Reconhecer os benefícios de Deus, mesmo nos momentos obscuros, é um ato de confiança filial. Quando louvamos ao Senhor no sofrimento, imitamos Jesus, que, mesmo na cruz, entregou-se ao Pai com amor e obediência: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

No Antigo Testamento, vemos o exemplo de Jó, que, após perder todos os seus bens e filhos, disse: “O Senhor o deu, o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1,21). Jó compreendeu que tudo vem de Deus, e que nada se perde diante d’Ele. A gratidão, nesse caso, nasce da fé madura que enxerga além das aparências.

Também os Salmos são expressões sublimes de gratidão. O salmista canta: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103,2). O povo de Israel, mesmo após o exílio e as infidelidades, nunca deixou de louvar a Deus por Sua fidelidade eterna: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia” (Sl 136,1).

Jesus Cristo, o Verbo encarnado, viveu em constante ação de graças. Antes de multiplicar os pães (Jo 6,11), antes de ressuscitar Lázaro (Jo 11,41), e na instituição da Eucaristia (Lc 22,19), Ele deu graças ao Pai. A própria palavra “Eucaristia” significa “ação de graças”. Assim, o coração da vida cristã é a gratidão sacramental: cada Missa é um louvor que sobe aos céus.

A gratidão liberta o coração da murmuração, da tristeza e do egoísmo. Quando murmuramos ou nos queixamos excessivamente, perdemos de vista o bem que Deus realiza em nós e ao nosso redor. Como lembra São Paulo: “Fazei tudo sem murmurações nem contestações” (Fl 2,14). Em vez disso, o cristão é chamado a reconhecer os sinais da graça e bendizer o Senhor em todo tempo.

Ao cultivarmos a gratidão, também abrimos nosso coração para a esperança. Sabemos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28), mesmo aquilo que, à primeira vista, nos fere ou humilha. Deus transforma nossa dor em bênção, nossa cruz em ressurreição.

Concluímos com as palavras de São Paulo aos Colossenses: “Revesti-vos, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternura de coração, bondade, humildade, mansidão, paciência… E sede agradecidos” (Cl 3,12.15).

Que cada cristão, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, viva com um coração grato, capaz de louvar a Deus em todas as circunstâncias, confiando que Ele está sempre conosco — e que nada, absolutamente nada, nos separará do Seu amor.

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