
Uma devoção fundamentada na Sagrada Escritura e na Tradição viva da Igreja
O mês de maio, rico em beleza natural e espiritual, é tradicionalmente dedicado à Santíssima Virgem Maria. Ao longo dos séculos, essa devoção se consolidou como uma expressão do amor da Igreja à Mãe de Jesus, tendo como base tanto a Sagrada Escritura quanto a experiência viva da fé cristã.
Por que Maria é celebrada em maio?
A relação entre Maria e o mês de maio nasce de uma simbologia profunda: no hemisfério norte, maio é o auge da primavera, tempo de flores, de vida nova e de renovação da criação. Essas imagens — beleza, maternidade, pureza e esperança — são naturalmente associadas à Virgem Maria, que é chamada pela Igreja de “a mais bela flor da humanidade”.
Além disso, maio é tempo de homenagear as mães. E quem melhor que Maria, a Mãe de Jesus e Mãe espiritual de todos os cristãos, para ser honrada neste mês? A tradição da Igreja foi, com o tempo, consagrando esse período à recitação do Rosário, às procissões marianas, à coroação de Nossa Senhora, aos altares floridos e às flores espirituais — boas obras oferecidas a ela como expressão de amor filial.
Maria nas Escrituras: Mãe e Modelo de Fé
A devoção a Maria não é fruto de sentimentalismo ou mera tradição humana. Está profundamente enraizada na Palavra de Deus.
Logo no início do Evangelho de Lucas, o anjo Gabriel saúda Maria com palavras únicas:
“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28)
Maria é a mulher cheia da graça de Deus, escolhida para ser a Mãe do Salvador. Sua resposta confiante — “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38) — revela uma fé inabalável e uma entrega total ao plano divino. Ela torna-se, assim, modelo da Igreja que escuta, acolhe e segue a Palavra.
No Calvário, Jesus nos entrega Maria como nossa Mãe:
“Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí tua mãe” (Jo 19,26-27)
A maternidade de Maria se estende a todos os discípulos de Cristo. Venerá-la é, portanto, obedecer ao desejo do próprio Senhor. É acolhê-la em nossa vida como João a acolheu em sua casa.
Após a Ascensão de Jesus, Maria é vista com os apóstolos, em oração, no Cenáculo:
“Todos perseveravam unânimes na oração, com Maria, a mãe de Jesus” (At 1,14)
Ela é a Mãe da Igreja nascente, presente e orante, unida aos discípulos. Rezar com Maria, especialmente o Rosário, é atualizar essa comunhão e perseverança que marcaram os primeiros cristãos.
Maria, a Mulher do Apocalipse
O livro do Apocalipse apresenta uma imagem poderosa:
“Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1)
Embora essa “mulher” represente também a Igreja, a tradição católica reconhece em Maria sua realização mais perfeita. Ela participa da glória celeste como Rainha do Céu, coroada pela graça, unida ao Cristo vitorioso. A festa da Coroação de Maria, celebrada ao fim de maio, expressa essa verdade espiritual.
Maria nos conduz a Jesus
Uma devoção mariana autêntica sempre leva a Jesus. Como em Caná da Galileia, Maria continua a repetir:
“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5)
Ela nunca ocupa o lugar de Jesus, mas nos educa a fazer a vontade do Pai, a confiar na providência e a amar o próximo. Por isso, santos como São Luís Maria Grignion de Montfort, São Bernardo, São João Paulo II e tantos outros indicaram a consagração a Maria como o caminho mais seguro para Cristo.
Maio: Tempo de Graça e Oração
Durante o mês de maio, a Igreja nos convida a intensificar nossa união com Maria por meio de práticas concretas:
- Rezar o Rosário diariamente, meditando os mistérios da vida de Cristo com o coração de Maria;
- Participar de celebrações marianas e procissões, especialmente nas comunidades e paróquias;
- Oferecer flores espirituais (boas obras, pequenos sacrifícios, gestos de caridade);
- Realizar coroações de Nossa Senhora, como expressão da realeza espiritual de Maria;
- Ensinar às crianças e jovens o amor à Mãe de Deus, cultivando uma fé simples, firme e mariana.
Conclusão: Maria, caminho seguro para Cristo
Celebrar Maria no mês de maio é uma forma de honrar o dom que Deus nos deu: uma Mãe que intercede, acompanha, educa e guia. Sua presença na história da salvação é sinal do amor de Deus por nós. Quando nos aproximamos de Maria com amor e confiança, ela nos conduz, com doçura, ao Coração de seu Filho.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!
Santa Maria, Mãe da Igreja, guia-nos até Jesus!
Deixe um comentário