
“Cristo, nossa esperança, ressuscitou!” (1Cor 15,20)
Caríssimos irmãos e irmãs,
Saúdo a todos com o coração emocionado e profundamente tocado pela força deste tempo santo, em que a Igreja proclama com júbilo: Cristo ressuscitou! Verdadeiramente ressuscitou! Aleluia!
É com esta certeza viva que me dirijo a cada um de vocês, filhos e filhas amados de Deus, peregrinos da fé, nesta Páscoa celebrada em meio a dores humanas profundas, mas também cheia da luz que não se apaga.
Neste Ano Jubilar da Esperança, nossa celebração pascal se une ao clamor do mundo ferido. O Oriente Médio, terra santificada pelos passos do Salvador, continua banhada em lágrimas e sangue. Povos irmãos se enfrentam, famílias são despedaçadas, crianças perdem o direito à infância, e o grito dos inocentes sobe ao céu como súplica. Diante dessa realidade, não podemos silenciar. Como discípulos do Ressuscitado, somos chamados a ser sentinelas da esperança e artesãos da paz.
O Evangelho da Ressurreição (cf. Jo 20) nos fala dos discípulos trancados por medo. Jesus, ressuscitado, entra e lhes diz: “A paz esteja convosco”. Ele não censura, não acusa. Ele sopra sobre eles o Espírito e os envia.
Irmãos e irmãs, Cristo entra também hoje nas salas fechadas do medo da humanidade. Ele entra nas trincheiras, nos hospitais, nos campos de refugiados, nos corações aflitos. E ali, ainda uma vez, anuncia: A paz esteja convosco!
Esta paz não é ausência de conflito, mas presença de Deus. Ela nasce da cruz. Ela é fruto do amor que se doa até o fim. Por isso, a Páscoa nos compromete. Não é possível celebrar o Ressuscitado e permanecer indiferentes ao sofrimento do mundo.
Neste jubileu, somos convidados a abrir as portas do coração, da Igreja e da sociedade. A restituir dignidade aos descartados. A abraçar a conversão pessoal e comunitária. Como o profeta Isaías anuncia: “Restaura as ruínas antigas, reconstrói os alicerces de gerações passadas” (Is 58,12). Esta é também nossa missão pascal: reconstruir corações, levantar os caídos, levar a luz onde reina a escuridão.
Acolhamos a força da Ressurreição como semente de reconciliação, especialmente entre os povos que sofrem, entre os filhos que se afastaram da Igreja, entre os que perderam a fé ou a esperança. Cada gesto de perdão, cada ato de solidariedade, cada palavra de compaixão constrói a civilização do amor que Deus deseja para a humanidade.
Confiemos tudo àquela que acompanhou o Filho até a cruz e foi a primeira a acolher o novo dia: Maria Santíssima, Mãe da Esperança e Rainha da Paz. Que ela interceda pelos nossos povos, proteja os inocentes e nos conduza ao coração do Ressuscitado.
A todos vocês, a cada lar, a cada coração ferido ou jubiloso, envio minha bênção e meu abraço de pastor, com um profundo desejo:
Que esta Páscoa marque o início de um novo tempo: tempo de fé, de esperança ativa, de verdadeira paz.
Cristo vive. Cristo reina. Cristo caminha conosco.
Feliz e Santa Páscoa!
+ Dom George Khoury
Bispo Eparquial
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