Os melquitas no Brasil

Fiéis greco-melquitas durante a celebração da Divina Liturgia, na Catedral Nossa Senhora do Paraíso

A honrada nação brasileira acolheu muito bem os imigrantes árabes greco-melquitas católicos, desde o século XIX, em seu seio de liberdade e “mais amores”. O primeiro sírio a pisar em terras brasileiras foi o bispo greco-melquita D. Basilios Hajjar, em 1874, ocasião em que foi condecorado por D. Pedro II.

A Igreja Greco-Melquita Católica é uma comunidade que vive no seio da Igreja Católica, sob o primado do Papa de Roma, Francisco. Pois a Igreja Católica é, na verdade, uma realidade formada por 24 Igrejas em comunhão plena, entendendo Igreja como união de dioceses da mesma tradição cultural. Uma tradição cultural ou eclesial engloba diferentes aspectos como liturgia, espiritualidade, teologia, disciplina e organização.

Uma dessas Igrejas é a própria Igreja Latina, cujo Patriarca é o próprio Papa. Ela representa a maior presença católica no Brasil, e é a única igreja católica de cultura ocidental. Outra é a Igreja Católica Greco-Melquita, sob o patriarcado de Sua Beatitude Youssef (José), que é uma das 23 igrejas católicas restantes, todas orientais.

O Grande Cisma de 1054, que separou Oriente de Ocidente, não reverberou no Patriarcado de Antioquia. Por 700 anos, Antioquia permaneceu indivisa entre Roma e Constantinopla. Quando houve a divisão, em 1724, surgiram a Igreja Melquita e a Igreja Ortodoxa Antioquena. Mesmo em comunhão com Roma, a Igreja Melquita luta para preservar a tradição ortodoxa, apesar de todas as pressões. Isso significa, por exemplo, defender um papado menos centralizador, com maior autonomia e verdadeira comunhão com os bispos, além de propor o celibato opcional antes da ordenação sacerdotal.

Se a nossa Igreja tiver sucesso em sua missão, mostrará ao mundo ortodoxo que é possível viver a comunhão com Roma, como no I milênio, mas com a plenitude de suas tradições orientais. E mostrará à humanidade um rosto mais policrômico e “democrático” da Igreja, sua unidade na diversidade, como em Pentecostes.

Várias conquistas em tal sentido feitas no Concílio Vaticano II foram em grande parte pela reconhecida atuação de nosso Patriarca Máximo IV, de eterna memória, e do Santo Sínodo dos Bispos Melquitas. Ao fim do Concílio, o então Patriarca de Constantinopla, Atenágoras, de eterna memória, disse ao nosso Patriarca Máximo: “Vós fostes nossa voz!”.

No Brasil, a Igreja Melquita está presente através de uma Eparquia (diocese), que tem sede em São Paulo e conta com 6 igrejas por todo o Brasil, sob o governo de S. Exª. Revmª. o Bispo Dom George Khoury. E os imigrantes greco-melquitas, de origem sobretudo síria e libanesa (mas também egípcia, jordaniana e palestina), destacaram-se nas áreas do comércio, indústria, medicina, direito, letras, entre outras, juntamente a seus descendentes, brasileiros natos.

Uma resposta para “Os melquitas no Brasil”

  1. Avatar de José Lucas Pereira de Andrade
    José Lucas Pereira de Andrade

    Como faço para frequentar uma missa da eparquia em Fortaleza? Qual o horário e disponibilidade?

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